Aquilo que me inspira, levo para casa.




14.1.12

Amei cada uma das partes, apaixonei-me pelo seu todo

Mal saí do carro, percorrendo os poucos metros que me distanciavam do Mosteiro, e já os cadernos de História se passeavam pela minha memória fazendo-me fantasiar com reis e rainhas. Parada em frente da sua fachada de cor dourada, quase pareço escutar D. João I, Mestre de Aviz, a ordenar que seja edificado um monumento em nome de uma promessa feita à Virgem Maria. Este exemplar de arquitectura gótica e manuelina é tão esplendoroso e expressivo que por pouco me sinto ao lado de D. Nuno Álvares Pereira na Batalha de Aljubarrota.

Pode parecer exagero, e obviamente que hiperbolizo a minha capacidade de me imaginar a viver na idade média, mas não amplifico nem um pouco a minha admiração por estas mostras de arte capazes de me tiranizar o olhar enquanto as fotografo impulsivamente em cada pormenor.

Perdida de amores deixei-me vaguear pelas suas capelas, pelos seus claustros, observando a impetuosidade das suas abóbadas, a magnificência do contraste entre a frieza da pedra e a riqueza dos pormenores que a adornam, dos seus rendilhados, dos vitrais que a embelezam de côr. Este convento que sabe bem o que é ser belo, emana energia, solenidade e reverência.

Sem oferecer resistência à minha curiosidade fotografei-o sem qualquer pudor, resistindo a qualquer pedido de clemência da parte dos seus segredos e perscrutei-o nos mais recônditos espaços. Amei cada uma das partes, apaixonei-me pelo seu todo.