Aquilo que me inspira, levo para casa.




27.2.14

Gostava de estar aqui #1

Aquela ideia de só se estar bem onde não se está, é a história de muitos dos meus dias. Aquela sensação de se olhar uma imagem e querer-se muito fazer parte do seu ambiente, é outra das muitas características que fazem de mim alguém que se deixa inspirar (muito) pelas imagens. 

Hoje não me importava nada de estar a tomar café aqui.

 photo credits :: newzealanddesignblog ::

20.2.14

:: hoje, estou assim, amanhã, por princípio, estarei melhor ::

Photo credits :: aisha.yusaf

Olho para a janela e vejo chuva. Penso em música e ligo o rádio mas são as mesmas vozes que intercalam as mesmíssimas playlists. Opto por ouvir online e recorro à minha própria selecção musical. O pequeno-almoço chega sem imaginação, não houve tempo para a dedicação que esta refeição me merece (quem me dera poder alimentar-me de poesia!).  No email chegam em catadupa mensagens de resposta. Depois de lidas e arquivadas seguem para o relatório que me encontro a produzir e que já vai longo.  Uma visita rápida às notícias do dia, fazem-me perceber que os temas não diferem muito dos do dia anterior. As más notícias mantêm-se. As boas têm, cada vez mais, uma quota reduzida nos noticiários.

Olho para a janela e vejo chuva. Apetece-me um café e trato disso. Sorvo-o na minha secretária, imaginando-o a ser bebido em qualquer outro lugar digno de ser contado. Dou uma vista de olhos pelo instagram. Pequenos-almoços deliciosos abundam nas galerias de imagem e fazem-me lembrar que um dia serei assim, a fazer somente “bom e bonito”.  Regresso ao computador e numa mescla de letras e números, faço o trabalho que me compete e ainda acrescento mais qualquer coisa.

Olho para a janela e a chuva continua a cair. Traços oblíquos atravessam a minha janela e conservam o ar cinzento, sem graça, das horas que passam. O conservadorismo tomou conta destes dias de inverno. Há chuva lá fora mas há secura nas fontes de conversa. Procuro, como sempre o faço, inspirar-me com aquilo que me motiva mas já não aguento os espirros e as bebidas quentes servidos à mesma refeição. Já não suporto baralhar as cartas e voltar a dar o mesmo, mudar a ordem dos factores e chegar ao mesmo resultado (de repente surge-me à memória as propriedades da multiplicação!). No mesmo dia há enfado e a tentativa de desfazer os seus nós. Dói-me o corpo e a alma está apertada. Tenho novelos de confusão por entre os pensamentos mas as mãos não me chegam para os agarrar e deitar fora. 

16.2.14

:: um domingo em casa dá nisto ::


Da tarde de domingo, resultou um bolo rápido, simples e delicioso. Um lanche que se quer doce para um dia caseiro. Junta-se à vontade, os ingredientes necessários, envolvem-se os mesmos na proporção certa e coloca-se este mistura sob uma fonte de calor. A partir daí os processos químicos serão responsáveis por fazer passar de uma massa descaracterizada a um bolo de aspecto e sabor únicos. Parece fácil e, na realidade, é - mesmo quando o bolo não sai bem-. E é fácil porque existe uma receita, uma prescrição que orienta mesmo aqueles que dispensam receituários enquanto cozinham. Passar da ideia à prática, e desta ao resultado final, é algo que deveria ser transversal aos múltiplos contextos da nossa vida mas muitas das vezes há falhas que atropelam o alcancem dos objectivos finais, ou porque se tem a vontade mas não se reúnem os ingredientes ou porque existindo os ingredientes, se desconhecem as proporções. No fundo, faltam-nos as receitas. Porque as fórmulas só funcionam na exactidão e nesta coisa de viver não há certezas a habitar os dias. E por isso, se experimenta, se erra, se aprende, se faz por continuar a viver mesmo sem às vezes saber muito bem que ingredientes juntar.

9.2.14

:: pormaiores ::

Apesar do gosto por sair de casa e por fazer programas onde se inclui a descoberta de novas atmosferas e se cultiva o conhecer algo novo todos os dias, há pequenos rituais com que gosto de guarnecer os meus fins de semana, pequenos detalhes que me fazem reconhecê-los como dias de verdadeiro descanso, como se formalizassem a clivagem entre os dias úteis e os dias que, não sendo úteis para a sociedade produtiva, são-no com certeza de bastante utilidade para mim. Tenho dois grande amores de fim de semana. Um deles são os mercados, as frutas e as flores, a sensação de trazer a natureza na cesta, o transporte das cores para dentro de casa, a jarra que de um momento se ri, as bancadas que se afogam em arco-íris, os gatos que se juntam à festa e as palavras que quase me parecem audíveis no ar vibrante que circula. 





O outro amor são as letras, verdadeiros símbolos de estimação, guardadas por entre a shortlist das minhas melhores amigas. Há o livro que sempre me acompanha mas existem, sobretudo, as revistas espalhadas pela casa. As vindas de mais longe e as compradas na livraria do costume. Gosto que elas ocupem vários recantos da casa, fazendo por manter intocável a sensação de as ter sempre à mão, prontas a serem folheadas a qualquer momento de pausa. Poder ser infiel à ordem de leitura, escolhendo o início, meio ou fim para explorar o seu conteúdo, poder parar e retomar, são excelentes complementos à inércia, ao fluir dos dias que se querem lentos. 



5.2.14

:: vida (mais) saudável ::


Photo credits: Foto retirada daqui


Conciliar o meu lado foodie com uma alimentação saudável, sustentável e equilibrada, nem sempre é uma tarefa fácil não só pela vertente cognitiva (há algumas dissonâncias que, tal como certos alimentos, custam a digerir) como pelo lado prático da situação.  Quando se gosta muito de comer e de experimentar novas fusões gastronómicas; quando são verdadeiros guilty pleasures a descoberta de novos conceitos e atmosferas em matéria de restauração; quando se segue diariamente magníficos e inspiradores blogues culinários de cozinha de autor e fotografias sublimes sendo o foodstyling algo que verdadeiramente aprecio; quando se consome, quase em exclusivo, programas televisivos dedicados ao tema; só posso concluir que a comida é para mim muito mais que uma questão de sobrevivência. É um estilo de vida. Uma vertente hedónica da minha existência. Por tudo isto, gerir não só as calorias ingeridas, como o tipo de alimentos a consumir, pode ser algo que requer planeamento e uma intenção vincada. Ora se o último requisito já está assegurado, dado que é definitiva a minha decisão por melhorar a alimentação, já para o primeiro me encontro em fase de estágio e de aprendizagem plena. Há muito que tenho preocupações com a minha alimentação e com o tipo de alimentos com que forneço a despensa mas estou decidida a melhorar os meus conhecimentos sobre o tema e a alargar a minha área de actuação. Esta resolução de ano novo surgiu não só porque me quero sentir melhor, mais saudável e mais enérgica, mas também porque nutro preocupações pela sustentabilidade do planeta às quais procurarei responder na medida do possível. Não quero, contudo, alterar em demasia, o meu estilo de vida, quero antes aproveitar as vantagens que o meu lado foodie me oferece já que o facto de se ter um gosto ecléctico pela comida permite que a diversidade não seja um problema e que a inclusão de novos alimentos e formas de os preparar, possam ser vistas com interesse e curiosidade. 

São estes os princípios que procurarei implementar para fomentar a integração de uma alimentação saudável no meu dia-a-dia:
  • Não me privar totalmente de nenhum alimento mas gerir bem as prioridades, substituindo alimentos não aconselháveis por outros mais saudáveis. Nada de princípios fundamentalistas, a razoabilidade e o equilíbrio serão a chave;
  • Introduzir novos alimentos saudáveis na alimentação não me cingindo ao óbvio e à zona de conforto;
  • Fazer um planeamento correcto das refeições evitando escolhas de impulso e proporcionando refeições ao meu gosto e com os alimentos certos;
  • Estabelecer algumas regras que facilitem as escolhas e que vão ao encontro de comportamentos saudáveis mas, e muito importante:
  • Permitir-me quebrar regras de vez em quando, não significando isto que as quebre sempre que possível mas somente que me é permitido fazê-lo (não há nada pior que síndrome de privação, ainda que este possa ter duração limitada);
  • Considerar esta mudança como um processo de aprendizagem contínua, sem alterações demasiado bruscas que comprometam a motivação mas assente na evolução por pequenos grandes passos.