Aquilo que me inspira, levo para casa.




30.7.15

Farol



Olho pela janela e vejo nuvens a passar em aceleração. Parece que correm atrás de algo que delas foge. Não é costume ver nuvens que correm ao invés de serem fieis aos passos lentos que as caracteriza. Estas, que agora vejo, são finas, vulneráveis, despojos, talvez seja por isso que corram ao encontro do que as faz serem nuvens verdadeiras. Daquelas que fazem do algodão, metáfora. 

Quase nada é estável, quando são muitos os factores que podem servir de variáveis. Falava das nuvens mas posso referir-me a inúmeros outros fenómenos da natureza que padecem dos mesmos ciclos de mudança. Tudo gira, tudo roda, tudo mexe. 

E hoje a minha cabeça anda à roda tal como as nuvens que vejo acenar-me à janela. Hoje também sinto que estou no centro de um turbilhão e que uma força centrífuga me agita o equilíbrio. O meu farol tem as luzes apagadas, por vezes pisca mas quando ilumina fá-lo de forma bruxuleante. Nem as nuvens, no seu passo rápido, se compadecem do lusco-fusco que este projecta. 

Vou esperar que os padrões se regularizem. Vou dar ao tempo a oportunidade de restaurar o equilíbrio. Vou aguardar pela claridade do farol que ilumina.

12.7.15

Sexto acto

Se um dia não conseguir sorrir, lembrar-me-ei de quantos sorrisos lancei ao mar enquanto me apaixonava.












Quinto acto

Para quê outros mares se este nos dá tanto? Para ter certezas onde não existem dúvidas.








Quarto acto

Celebrar quando nasci a imaginar como se vive










Terceiro acto

Queria viver disto, de letras que descrevessem os elementos da natureza.








Segundo acto

Sempre que olho vejo muito mais do que o olhar me permite





Primeiro acto

Uns dias a sul mas com a felicidade como norte.