Aquilo que me inspira, levo para casa.




7.10.15

Andar ao mar



O mar tem um efeito restaurador. Gostar de olhar o mar pode parecer um cliché, mas a razão é que o mar, bem como outras fontes de água, têm um efeito reparador a nível psicológico, diminuindo os níveis de stresse. Caminhar, por seu lado, além de uma excelente prática física, impele para a acção já que o corpo, e as suas posturas, têm uma influência directa na mente e nas decisões. Por isso, fazer exercício físico perto do mar é tão agradável e tão comum por entre aqueles que têm o privilegio de habitar numa cidade costeira. 

Depois de um fim de semana de eleições e de muito reboliço à volta deste assunto, soube-me particularmente bem, encher-me com a luz de Lisboa em dia de céu nublado, passeando junto ao Tejo. Confesso que estas eleições davam matéria para um post, mas achei que trazer política para este meu canto, seria profanar a sua essência e por isso resisti à vontade de aqui deixar algumas das conclusões que retirei depois de tantas palavras trocadas. Na verdade, ainda que o poeta tenha dito que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena", estou em crer que discutir política se afastava do propósito que Pessoa queria dar à expressão. 

Já a luz de Lisboa se encaixa no engrandecer de nós mesmos, ainda mais quando recebida junto ao mar e caminhando ao lado dos pensamentos que queremos fazer crescer. Deste vez, tive pouco tempo para usufruir do poder terapêutico da dupla mar+movimento mas pretendo abusar dela de vezes próximas para poder dizer que aquilo que vier a construir tem o andar da maresia. 




2.10.15

Hoje...

Sinto-me melhor. Há menos peso. Contudo, continuo a libertar a casa dos excessos. Uma espécie de detox sem implicar mudar a dieta.

1.10.15

Romãs



Comecei Outubro com o peso de me sentir doente. Contrariei-o esvaziando a casa de coisas inúteis e fora de prazo. Tenho esperança que este restabelecer subliminar do meu equilíbrio faça mais efeito que os brufenes que mais parecem placebos.

Gosto especialmente de ver as gavetas e os armários a encherem-se de espaço. É como quando nos livramos de roupa apertada. Tenho a sensação de que devem sentir o mesmo alívio ao poderem ganhar mais espaço para respirar.

Os frutos fazem fotografias bonitas. São alimentos de uma fotogenia quase tão boa quanto os benefícios que proporcionam. Apaixono-me facilmente por romãs. Gabo-lhes a aparência e a suculência das bagas que em púrpura se evidenciam. Ao contrário de muitos, tenho paciência para as descascar e admirar a tigela que se vai enchendo de pequenos gomos que se amontoam. Quanta vida se esconde num interior de uma romã!

Para contrastar com a beleza poética de um fruto de inverno, hoje estive a ler alguns programas eleitorais. Sim, parece mais um castigo que se alia ao da constipação, mas a informação é demasiado importante para que seja preterida por motivos de estética. O futuro do país pertence a todos e é nessa responsabilidade que me revejo.

Depois, houve outras coisas que me deixaram em suspenso, mas pelas quais espero vir a sorrir muito quando as relembrar num futuro próximo. Carrega-se para sempre connosco os amigos com quem partilhámos histórias. Parece mais um peso, mas é tal qual uma pena, o peso da amizade.

Até amanhã.