Deixam-me fora de mim a
arrogância e a intolerância. Respeito demasiado todas as ideias e palavras para
assistir impávida a conversas onde os argumentos inteligentes foram atirados
janela fora e onde somente restam raciocínios bacocos, tacanhos, de um
conservadorismo primário, ainda para mais expressos sem qualquer capa de
sensibilidade e empatia por outrem. São cada vez mais raras as pessoas que
sabem fazer discussões construtivas, daquelas onde se aprende e se melhora.
Porque se a verdade não é de ninguém, existem tantas quanto os cérebros que as
pensam, qual é a razão para acharmos que esta nos pertence sem sequer
ponderarmos a hipótese de partilha.