Depois de um dia morno num Rock in Rio atolado de pessoas
que ansiosamente aguardavam o som dos Linkin Park, enquanto eu pertencia a uma
minoria que apenas lhe interessava o rock dos Queen of the Stone Age, o qual
foi infelizmente abafado pelo vento pouco colaborativo e por um lusco-fusco pouco apelativo
para os concertos que se querem interessantes, eis que ontem os Arcade Fire me
proporcionam um excelente momento musical. Fiquei incondicionalmente rendida a esta banda em palco
depois de já o estar com as músicas produzidas em estúdio, perfeitas no seu
encadeamento e nos pormenores de composição. Esta era uma das grandes bandas que me faltava no meu repertório de concertos, uma falta quase imperdoável perante a admiração que tenho por estes canadianos tão versáteis quanto originais. Agora, excepcionando um caso ou outro de pouca importância, posso dizer que tenho a lista, praticamente, completa. E assim o estará sempre que a completude pode ser uma desmancha-prazeres em algumas situações.
Quem gosta de concertos, de sentir ao vivo a vibração da
música e os ritmos freneticamente empolgantes dos demais espectadores, sabe o
quanto um bom concerto consegue ser emotivo ao ponto de nos elevar na nossa
capacidade de estar. Aquele momento em que um recinto inteiro de milhares de
pessoas ecoa uma música acompanhada de todo uma linguagem não verbal
demonstrando a cumplicidade e a euforia por detrás de uma sequencia de notas, é
simplesmente arrebatador. Por isso sai de lá rendida, emocionada, eufórica e
capaz de passar os próximos dias só a ter Arcade Fire como banda sonora.
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