Aquilo que me inspira, levo para casa.




28.8.14

:: Istambul, os detalhes que se trazem na bagagem ::

Visitar Istambul é como estar, em simultâneo, em várias zonas do globo. Uma omnipresença justificada pela diversidade de pessoas, aromas, cores, arquitecturas, padrões e de uma série de outros requintados pormenores, que nos recebem nesta cidade. 

Com o rio Bósforo que a atravessa dando-lhe a tonalidade azul, e uma quantidade de bairros tão distintos entre si, esta cidade fascina porque é diferente da norma europeia e vicia porque nos faz querer conhecer sempre mais.  Nos poucos dias que lá estive, vi alguma coisa mas sei que ficou muito mais por ver. Motivos não faltarão, por conseguinte, para revisitá-la sendo que complementar aquilo que, de fundamental, ficou por ver, será porventura apenas mais um deles.  

Os guias turísticos são auxiliares fundamentais para conhecer um destino pela primeira vez, mas nada como procurar alternativas aos locais mais visitados pelos turistas, deixando que a intuição seja o principal guia ou que percursos mais alternativos nos sejam sugeridos pelos insiders da cidade. Pessoalmente, prefiro sempre conhecer a atmosfera de um local, percorrendo quase em modo aleatório, as suas ruas, do que permanecer horas numa fila para conseguir visitar os principias locais de atracção. Verdade seja dita que ir a Istambul e não visitar as suas Mesquitas ou os seus Bazares, são pontos negativos no itinerário escolhido mas conciliar estes magníficos, porém repletos, locais com outras zonas menos populares, porém com o mesmo nível de interesse, pode ser uma alternativa que não desilude. Por esse motivo preferi explorar melhor a zona de Beyoglu e Karakoy, e preterir o mais turístico Sultanhamet, tendo descoberto locais muito simpáticos pela combinação equilibrada entre o tradicional, o turístico e o trendy, num misto de atmosfera contemporânea e clássica conservando o caos urbanístico de Istambul mas oferecendo originalidade e sofisticação.

É impossível ficar alheio às diferenças culturais que existem, nomeadamente as relacionadas com as questões religiosas e à consequente prática dos seus rituais próprios. Ouvir o chamamento para a oração, ainda que de madrugada invariavelmente me servisse de despertador antecipado, acabou por ser um agradável ritual. Escutar aquela cadência, quase parecendo uma espécie de mantra, era algo que me transportava para um estado de acalmia.  

Mas nem só de diferenças culturais vive esta cidade, as diferentes cores que a adornam conferem-lhe uma exuberância digna de registo. Desde as luxuriantes laranjas e romãs, aos mercados repletos de tapeçarias, candeeiros, loiças, roupas, ouro, bijuterias, especiarias, doces e um sem número de objectos que nos tiranizam o olhar; desde os tectos e os interiores das mesquitas e basílicas, aos múltiplos gatos que se passeiam pelas ruas; desde as pinturas de arte urbana que abundam pela cidade embelezando paredes mortiças, às cores das roupas dos seus habitantes, tudo serve para pintalgar de cor os espaços oferecidos por esta cidade turca.


E depois há muito caos, ruas sujas, trânsito que não anda, comércio em abundância, ruas repletas de quinquilharias, ruas sem toponímia, vendedores ambulantes, café turco e chá bebidos em banquinhos junto ao rio. Há muito de tudo. Há galerias de arte, há restaurantes com terraços com vistas deslumbrantes. Há contrastes. Há o sagrado e o profano. O mundano e o espiritual. Há um mundo. Istambul vale a pena porque tem o mundo dentro dela.

Fica um pequeno resumo fotográfico que não chega para exemplificar o mundo de que falo mas do qual fazem parte de alguns dos detalhes que armazenei na minha bagagem.

Detalhe do quarto do Hotel Sub Karakoy
Torre Galata
Vista de Istambul a partir da Torre Galata
Vista de Istambul a partir da Torre Galata e onde se vê a Ponte Galata e as várias mesquitas na zona de Sultanhmet
Vista de Istambul a partir da Torre Galata
Vista de Istambul a partir da Torre Galata
Vista de Istambul a partir da Torre Galata
Avenida İstiklal que começa junto à Torre Galata e termina na Praça Taksim com quase 3km de extensão e vedada ao trânsito. É das artérias mais concorridas de Istambul e o centro do bairro de Beyoglu
Detalhe das ruas de Istambul com os seus típicos bancos onde se juntam grupos.
Detalhes das ruas de Istambul com exemplos de arte urbana pertencente a um dos artistas com maior número de graffitis pela cidade- Kripoe
Detalhes das ruas de Istambul com exemplos de arte urbana
Em Istambul há gatos, muitos gatos, tendo um papel participativo e activo na vida cidade. Podemos vê-los pelos telhados, pelas ruas, às portas das lojas ou simplesmente passeando-se por entre as pessoas. São geralmente afáveis e alguns são particularmente persuasivos quando querem receber um afago :)
Os turcos adoram bancos e mesas baixos e pequenos. Aqui, junto ao rio, juntam-se aglomerados de pessoas, turistas e moradores, que convivem, bebem, comem e divertem-se à sua maneira.
Em qualquer local da cidade, há vendedores de sumo de romã quer em bancas quer em carrinhos móveis. Aliás, os sumos de frutas são das principais vendas de comida de rua.
Mesquita Azul
Interior da mesquita azul
Mesquita yeni camii
Interior da Mesquita yeni camii
Hagia Sofia
Cisterna da Basílica
Grande Bazar
Grande Bazar
Grande Bazar
Grande Bazar
Ponte Galata onde se juntam dezenas de pescadores que tentam a sua sorte. O peixe assado em carros ambulantes é vendido no pão sendo uma das iguarias típicas desta cidade.
Ferry que atravessa o Bósforo.
O museu de arte moderna de Istambul (Istanbul Modern) é uma paragem obrigatória para quem gosta de arte moderna bem como pelo facto de ter uma localização privilegiada junto ao rio permitindo um almoço bastante agradável no seu terraço. A fotografia ilustra parte de uma obra da exposição intitulada "Past and Future", uma das várias exposições patentes no museu.
A Salt é um espaço cultural com oferta diversificada e que merece uma visita. A imagem foi tirada na Salt Beyoglu e pode ver-se a passar o típico tram que atravessa este bairro.
Imagem de uma obra exposta no Pera Museum alusiva à exposição Language of the Wall: Graffiti/ Street art
Espaços cool de Istambul para uma paragem para beber ou comer: Mums Cafe

Espaços cool de Istambul para uma paragem para beber ou comer: Ops Café
Espaços cool de Istambul para uma paragem para beber ou comer: Dem Karakoy
Espaços cool de Istambul para uma paragem para beber ou comer: Karabatak

16.8.14

:: mais mar ::

Momentos de mar, a saber a mar e a amar cada momento. O mar que agita, o mar que acalma, o amor que fica. 





8.8.14

:: Instagramo logo existo #1 ::

Qualquer momento é bom para ser captado. Tudo pode ser belo quando visto de perto e com os olhos de quem quer ver.

7.8.14

:: dos inspiradores e das suas palavras ::



Tenho lido ideias tão interessantes que me pergunto amiúde por que razão não fui eu a autora de um décimo da originalidade delas. Sou uma pensadora obsessiva mas apaixono-me em demasia pelos pensares alheios, alguns tão perfeitos e tão harmoniosamente coerentes que, à primeira vista, parecem não dar lugar a qualquer espécie de refutações. Há cérebros verdadeiramente capazes de deixar outros de “cara à banda”, pela capacidade, treinada ou não, de criarem, de fazerem acontecer, de inspirarem, de promoverem opiniões, de criarem seguidores, de serem originais, de se diferenciarem, de mostrarem que os neurónios são células cheias de massa muscular que precisa de ser exercitada para que não corra o risco de definhar e cair em astenia. 

 O facto de, cada vez mais, ser uma leitora diligente, faz com que me depare amiúde com reflexões de outros. E se a maior parte das pessoas comunga de ideias comuns (sem qualquer carácter depreciativo nesta conclusão), outras há que primam por me fazer ficar a pensar que o sublime anda a pairar por aí e que talvez até seja possível apanhá-lo se nos esforçarmos por sair da redoma em que normalmente nos fechamos. Ler e ouvir coisas interessantes estimula mas também nos põe no devido lugar quanto à originalidade daquilo que pensamos e escrevemos. Quanto mais leio, mais me enriqueço interiormente, mais me sinto levitar numa espécie de catarse que se insufla mas também mais me consciencializo que às minhas palavras surge um género de misantropia reactiva que só se resolverá enfrentado a timidez e promovendo o tónus muscular da minha escrita, sabendo de antemão que o sublime estará sempre nas franjas da curva normal.

6.8.14

:: Hoje... ::

Farias hoje anos mas desde que partiste que deixei de comemorar esta data pela indecisão quanto ao sentido em insistir num festejo dirigido a quem já não ocupa um lugar à mesa, apesar de ocupar o mesmíssimo espaço no coração.  Assim, guardo como celebrações todos os momentos que de ti me lembro e são esses que solenizam a importância que assumes para mim. Em dias como o de hoje recordo-te de uma forma mais exteriorizada, falando de ti e não somente para ti, como habitualmente o faço, e insisto em transmitir às estrelas que te rodeiam para te abraçarem com a força de todos os dias em que nunca mais te vi.    

4.8.14

:: Vhils, o talento tem um nome ::

É português, jovem, cheio de talento, reconhecido cá mas também a nível internacional, enche as paredes de cidades de todo o mundo com a sua própria marca, geralmente retratos e tem agora uma exposição sua a decorrer na Função EDP até ao dia 5 de Outubro. Fui finalmente lá ver, adorei perceber que se fazem filas para apreciar o trabalho do Alexandre Farto de nome artístico Vhils e que a arte urbana está cada vez mais enraizada não só nas cidades mas também nas mentalidades. Recomendo a exposição, claro, assim como conhecer in loco as peças que andam pela cidade de Lisboa, outras pela ilha de S. Miguel (Açores) bem como em tantas outras cidades do mundo.