Aquilo que me inspira, levo para casa.




14.8.15

Narrativa do meu futuro eu



Olho para os meus pés e as meias não permitem ver que tom de pele se esconde. O frio já chegou faz meses e do calor apenas sobraram as saudades de o ter de novo. O tempo pertence-me e os locais onde me sento podem ser escolhidos por mim. Penso naqueles para quem dirigirei as palavras e não sinto qualquer nervosismo. Os pensamentos caem em campos de relva fofa e são amortizados pela maciez desta superfície. Já não esbarram contra paredes monocolores. Os boomerangs foram definitivamente arrumados em caixas invioláveis. Escrevo em cadernos modernos de traça antiga. Sei para onde vou embora me perca em pequenas doses de entusiasmo. O caminho, percorro-o em plena consciência de mim e daqueles com quem me conecto. Troco sorrisos e palavras cheias de valor inquantificável. Gosto do imaterial. De levar para casa a alma cheia e pouco peso na mala. - Obrigada! - Dito e ouvido, em eco! Sou feliz, e sei por que o sou. Escolhas ao alto, que algumas me foram amputadas e sei bem o valor da sua ausência. Escolhas ao alto, sempre, para depois actuar de braços apertos para agarrar o mundo. Já sem medos! Os medos caem em campos de algodão e por osmose imiscuem-se da delicadeza deste material. - Que dia é hoje? Já não interessa. Todos os dias são dias de ser eu.

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