Aquilo que me inspira, levo para casa.




1.10.15

Romãs



Comecei Outubro com o peso de me sentir doente. Contrariei-o esvaziando a casa de coisas inúteis e fora de prazo. Tenho esperança que este restabelecer subliminar do meu equilíbrio faça mais efeito que os brufenes que mais parecem placebos.

Gosto especialmente de ver as gavetas e os armários a encherem-se de espaço. É como quando nos livramos de roupa apertada. Tenho a sensação de que devem sentir o mesmo alívio ao poderem ganhar mais espaço para respirar.

Os frutos fazem fotografias bonitas. São alimentos de uma fotogenia quase tão boa quanto os benefícios que proporcionam. Apaixono-me facilmente por romãs. Gabo-lhes a aparência e a suculência das bagas que em púrpura se evidenciam. Ao contrário de muitos, tenho paciência para as descascar e admirar a tigela que se vai enchendo de pequenos gomos que se amontoam. Quanta vida se esconde num interior de uma romã!

Para contrastar com a beleza poética de um fruto de inverno, hoje estive a ler alguns programas eleitorais. Sim, parece mais um castigo que se alia ao da constipação, mas a informação é demasiado importante para que seja preterida por motivos de estética. O futuro do país pertence a todos e é nessa responsabilidade que me revejo.

Depois, houve outras coisas que me deixaram em suspenso, mas pelas quais espero vir a sorrir muito quando as relembrar num futuro próximo. Carrega-se para sempre connosco os amigos com quem partilhámos histórias. Parece mais um peso, mas é tal qual uma pena, o peso da amizade.

Até amanhã.

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