Aquilo que me inspira, levo para casa.




21.4.14

:: assim, de repente... ::

... noto que somos todos (quase) iguais. Um conjunto de camadas que se sobrepõe deixando na sua base a mesma fórmula que se replica infinitamente. Desiguais no exterior, porém assentes em alicerces que distam uns dos outros por diferenças tão subtis quanto as da tiragem de um livro. A escassa diversidade é vantajosa para quem procura deslindar o ser humano na sua multiplicidade de perspectivas contudo encurta a originalidade, tornando-a definhada e hipocalórica. No fundo tendemos todos para o mesmo. Para o mesmíssimo ponto de aferição que, ao mínimo desequilíbrio tende a repor a ordem impedindo a escassez ou a abundância. Será a nossa banalidade uma forma de governança divina? Será a nossa excessiva semelhança um catalisador da despromoção do confronto, a configuração apropriada para instaurar preventivamente a homeostase social? Gosto de acreditar na perfeição que nos atravessa, ainda que escondida. A mesma matriz reproduzida vezes sem conta, sem que os seus consumíveis falhem, só pode indiciar que há esmero na sua criação. Acreditemos pois no empenho do autor e na sublimidade da sua obra.

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