Aquilo que me inspira, levo para casa.




2.12.11

Setúbal with a twist

Não se sabe se a amamos ou se simplesmente gostamos dela. Há hesitações que jamais nos abandonam no momento de decidir. Quer-se amá-la mas nem sempre ela o permite. Acho até que ela não gosta de si. Aparece tantas vezes sorridente nos seus recantos, capazes de intimidar espaços de beleza reconhecida, para em outros momentos surgir despida de qualquer indício de poder ser aquilo que é. Aos outros é amiúde mostrada na sua fealdade que assim vai de boca-em-boca, espalhada, de forma injusta, por quem não a conhece. Mas quem a pisa, quem a percebe nos seus enredos, quem sabe o que se esconde por detrás do que a desfigura, sabe que existe uma poesia emudecida numa cidade que parece ter perdido a voz. Mesmo para argumentar em sua defesa. Guarda nela, porém, atributos naturais que jamais a abandonam, que acreditam tanto nela que perpetuam aquilo que aos outros custa observar. Setúbal é bonita, e é capaz de o ser ainda mais se quem nela vive lhe souber engrandecer a vaidade, se a aprender a mimar despojando-a de complexos de inferioridade, se a mostrar ao mundo como um agregado de locais e de gentes que valem a pena.

Fica aqui a minha pequena mostra da Setúbal que eu vejo, muito para além do rio que tanto a identifica, muito para além da serra que tão bem a acolhe.









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