Aquilo que me inspira, levo para casa.




19.5.15

Fotografar o não óbvio ou como sobreviver ao trânsito

Fotografar para resistir à agonia de uma fila demorada que preenchia vários quilómetros de estrada. Deixar que o menos óbvio forme um todo coerente que passa a fazer sentido. Esbater os tons para que espelhem as cores mortiças da impaciência. Verificar que cada paragem pode ser uma troca justa quando se quer fazer um repositório dos espaços que circundam a marcha lenta. Verificar que é mais fácil esperar assim, que a cada compasso de espera há uma imagem que se altera e que o momento já não retorna, O aqui e agora em cada imagem que guardo. Janela aberta, máquina em punho e fotografias que se acumulam na memória neuronal enquanto roubam GB.

A minha estratégia de sobrevivência ao trânsito fazendo-me valer da capacidade de apreciar o não óbvio. Em nome do equilíbrio emocional, procurar aplicar os ensinamentos que eu própria me ofereço. 

A minha mostra de fotografias que, para mim, ganharam a graça de conseguirem evitar o mais expressivo aborrecimento. 














2 comentários:

  1. A beleza está nos olhos de quem a vê e daqueles com quem é partilhada...

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    1. Sim, é verdade, a beleza pertence aos olhos de quem escolhe vê-la. Sê sempre bem-vinda a esta minha casa :)

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