Aquilo que me inspira, levo para casa.




22.9.15

De pernas para o ar

As perspectivas, quando tidas em conta, são excelentes protectores da intolerância e óptimos catalisadores de mudanças. Ver de pernas para o ar é a metáfora perfeita para ilustrar o acto de sair do lugar e olhar para algo de uma outra forma, no sentido de o considerar em vez de o censurar. Quantas barreiras possuímos que, de maneira automática, nos trancam para determinados assuntos, não nos permitindo ver para além do modo usual com que analisamos e percepcionamos o mundo (quantas vezes míope e tacanho). Seria bom que de vez em quando nos deixássemos inverter e fizéssemos o pino às nossas ideias para que estas, mais facilmente, se desconstruíssem e pudessem formar novas ligações mais prazerosas e certeiras. 

Ver prédios que caem do céu não é natural, mas o sentido figurativo que lhe damos bem como a perspectiva de beleza que lhe podemos atribuir, fazem dessa ideia algo considerável e não censurável. Toda a expressão artística passa por testar perspectivas, por que não fazê-lo com as ideias abandonando a pré-concepção destas e apostando numa pós-concepção onde as mesmas são desfeitas e refeitas sobre outros prismas? 

O mundo de pernas para o ar não tem de significar caos mas antes ver como nunca se tinha feito para que legitimamente se valide a visão que se quer defender.


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