Aquilo que me inspira, levo para casa.




7.7.14

:: são 40, senhores, são 40! ::

40!
40!
40!

Ainda não me são indiferentes as quatro décadas que distam desde o dia em que nasci. Nunca conseguirei sair incólume da pressão que a passagem do tempo exerce sobre mim. Ainda que tantas vezes tivesse desejado que ele desse passadas maiores que os minutos que lhe compõem as horas, a verdade é que este percorrer inexorável me deixa sempre um aperto que sabe a melancolia. Aceito com alegria e felicidade mais um aniversário mas terei sempre de respeitar esta essência emocional que me rege e me faz sentir as coisas tão profundamente que um desprender delas me parece acção impossível ainda que me encham os ouvidos dos habituais clichés (que eu própria utilizo junto dos ouvidos dos outros) para amenizar os efeitos da passagem do tempo.

São 40! 40!

E no entanto, parece que foi ontem que nasci e que percebi que nunca me iria conhecer. Quase consigo tocar com os dedos no meu eu inicial que entretanto cresceu e se desenvolveu. Aprendi muito nestes 40 anos (40!!!) e espero poder manter sempre este processo de acumulação de sabedoria que, apesar de não nos retirar idade,  é mesmo das melhores coisas que a vida pode proporcionar a alguém. O que se perde em anos, ganha-se em aprendizagens e é este o equilíbrio que, não sendo perfeito, nos sustenta e afaga a existência. 

Cheguei aos 40 anos e guardo comigo uma série de memórias aos retalhos cuja junção daria uma manta que muito bem adornaria qualquer espaço meu.  Aqui e ali chegam-me recordações de momentos vividos, recriados por memórias sobrepostas que envelhecem mas não se apagam e que formam o conjunto que me constitui. Afinal de contas, eu sou o que as minhas memórias dizem de mim. Gosto de sentir que cheguei aos 40 num suave equilíbrio entre maturidade e actualidade. Sinto que tenho maturidade nas minhas acções mas mantenho a actualidade nos meus gostos e no meu estilo de vida o que faz com que a juventude se perpetue no espírito ainda que o exterior comece a denunciar que os anos pesam na elasticidade da pele e no contorno dos olhos. Nada a fazer. O envelhecimento é certo e é esta sensação de prazo que nos deve mover para aproveitar sempre aquilo que os dias podem fazer por nós (ou melhor, tudo aquilo que nós podemos fazer pelos dias).

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