Aquilo que me inspira, levo para casa.




21.7.14

:: troquem-se as armas por girassóis ::



Quanto mais leio e sei de notícias hediondas, mais sinto o apelo por me aproximar dos básicos. Uma jarra de girassóis pode não compensar a minha indignação mas serve de impulso para me relembrar que a beleza existe num campo de flores ou num quadro de VanGogh. É que é difícil manter a sanidade mental numa sociedade que por vezes se comporta de forma tão perversa. Quando algo verdadeiramente me choca sinto uma opressão no peito e na capacidade de me expressar, que por instantes perco o compasso da minha respiração e fico incapaz de falar seja o que for. Nos últimos dias isto tem sucedido a uma frequência fora do desejável. Há demasiado horror nas notícias impressas nos jornais e divulgadas pela televisão, há demasiado terror por este mundo fora como se a difusão de actos vis e desumanos fosse a nova forma de evangelização de uma doutrina da desumanização. O que é que se passa com os povos deste mundo? Desde quando a crueldade substituiu em tão larga escala a moralidade e a decência para com os outros? No fundo, as mentalidades não evoluem, aprendem a disfarçar a génese que não se altera. Não se pense que prossigo alienada. Sou capaz de ver poesia numa flor mas tal não me cega para ver a facilidade com que se ceifa a beleza do mundo. Apesar da dor, persisto em manter-me actualizada, informada e nunca à margem do sofrimento que pertence ao mundo. Se pudesse, colocava girassóis nas cabeceiras de quem precisasse de reacreditar no mundo.

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